quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Taças de vinho jogadas.
o líquido vermelho escorre pelo carpete.
A lareira estala, quente,
enquanto queima todas as cartas e más lembranças.
A maquiagem escorre, junto ás lágrimas sentidas,
o que era obra de arte se tornou horror.
O cheiro de perfume barato, me invade as narinas.
O que houve com aquela mulher vívida?
Jogada em um canto qualquer,
o vestido, manchado, ainda lhe caía bem.
O rio de sua mente era um tomento, olhar triste e sarcástico
Por onde vazavam lágrimas desoladas.
Rangendo os dentes em meio às lágrimas.
Rugindo animalescamente, enquanto lutava com demônios internos.
Refletindo em sua feição, toda a dor e amargura, o abandono e o arrependimento.
Tento me aproximar e ela cospe sangue e veneno, sem me atingir.
Se estivesse lúcida, sóbria, voltaria.
Oh, que bela criatura ela era, olhar sarcástico, sensualidade calculada...
Olha pra mim vagamente enquanto me aproximo.
Lhe dou um beijo morno de adeus e viro em direcão à porta.
Se estivesse sóbria, lúcida, eu não o faria tão urgentemente,
mas das almas pecadoras, todo tempo de sobra, mesmo que sofrido, é diversão.
Viro para trás e consigo ver um lampejo do seu ultimo olhar apaixonado
Então vejo-a cair, não nos meus brços, mas no abismo da sacada...
                                                                                                    -Ms. Harriet

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